sábado, 15 de agosto de 2009

Não mais de Alguém, tão pouco de mim…


Recorro ao que me é útil, à lembrança e ao pouco mais.
Afasto todas as vezes em que a “saudade” foi preconizada! Recuso-a! De entre todas, esta dói-me tanto.. não tenho mais mãos para agarrá-la, não tenho mais coração que a possa suportar. Não tenho mais de mim que não a saudade! Não há mais em mim que o vazio.
Um estranho vulto que julgo um dia ter-me pertencido, talvez se encontre… agora, nada identifico senão a confusão.
O mar está inconstante, sinto dificuldade em respirar..
Sinto o retrair dos olhos, o cravar das mãos, o precipitar daquela lágrima! Ao menos que ela te leve! Que me devolva de ti apenas o que de mim é. Não mais que isso.. traz-me o perfume, o toque, o olhar, o sorriso, as palavras. Traz-me, se ainda de mim, a presença!
Devolve-me a recordação, leva a saudade!
Se ela de mim não desistir, então leva-me também! Aqui, o “isto” que sou, um dia já foi sem saudade e ainda sem recordar. Hoje, a saudade obriga-me a recordar. Só isso ficou, só isso ainda tenho..

A amizade, se nas demais vezes comprada, tornar-se-ia mais nossa.
O amor, se roubado, ainda que de outrem, tornar-se-ia nosso!

Quanto à vida, alguma vez será só nossa?